CURSO DE TECNOLOGIA
EDUCACIONAL – CHAPECÓ -SC
Michel Pivatto,
Luiza Talgatti
Informática
educativa para vida do deficiente visual
Sumário
1-
Introdução
2-
Justificativa
3-
Deficiência Visual e o Acesso a Escola
3.1-
Softwares de acessibilidade as deficientes visuais
3.2-
DOSVOX
3.3-
VIRTON VISION
3.4-
JAWS
4-
Objetivo
5-
Objetivo Especifico
6-
Conteúdo
7-
Avaliação
8-
Recursos Utilizados
9-
Conclusão
Referencias
Introdução:
Nas últimas três
décadas, a Informática foi uma das áreas que mais sofreu avanços
e desenvolvimento, devido a sua própria característica natural de
inovação, permitindo uma mudança significativa nos hábitos e
costumes da humanidade.
A maioria das
tarefas executadas pelo homem moderno está relacionada, de forma
direta ou indireta, com o uso do computador. A informação tornou-se
um elemento essencial na vida das pessoas e o computador é um
importante instrumento de processamento das informações,
automatizando rotinas que levariam um tempo maior para serem
realizadas. Hoje, tudo fica mais fácil, rápido e com mais precisão,
sem esquecer a contribuição significativa que essa ferramenta
propiciou em outras áreas afins, como o avanço considerável da
telecomunicação.
Nesse cenário de
grandes mudanças e inovações, surgem recursos tecnológicos de
fundamental importância ao acesso do computador para pessoas com
deficiência visual, através dos softwares de voz e ampliadores de
telas.
Houve uma
significativa expansão nas oportunidades de trabalho para as pessoas
com deficiência visual. A
informática, como o Braille, entrou na vida das pessoas com
deficiências visuais como um vertiginoso meio de integração
social, abrindo um horizonte infinito de informação, educação,
cultura, mercado de trabalho e comunicação. Com os editores de
texto, leitores de ecrã e sintetizadores de voz conjugados, a pessoa
com deficiência visual pode trocar e-mails com pessoas de qualquer
parte do mundo, ler com total independência qualquer jornal
internacional ou nacional, livros passados em scanner, listas de
discussão, jogos de entretenimento etc. Desta forma tornando-se um
ser humano com maior autonomia.
Justificativa
A Educação
Inclusiva constitui um novo modelo de educação em que é possível
o acesso e a permanência de todos, onde são utilizados
procedimentos de identificação e remoção de barreiras para a
aprendizagem passando
barreiras e vencendo obstáculos.
O
objetivo deste projeto é conduzir os aluno com deficiência visual á
uma vida mais acessível e pratica a todos os recursos tecnológicos
do nosso cotidiano.
A
Pessoa com
deficiência visual utiliza muito pouco o mouse para trabalhar com o
computador, já que ele exige coordenação visual, mas também não
usa um teclado Braille. O teclado comum é a ferramenta de que o
deficiente visual dispõe para fazer operações no computador.
Devido a uma norma internacional de datilografia, a maioria dos
teclados possui na parte inferior, nas letras J e F, um alto-relevo
com a forma de um ponto. Assim, com os indicadores nessas letras eles
conseguem ter o domínio do teclado. As teclas de atalho, comuns na
maioria dos aplicativos, são também muito úteis e é um ótimo
substituto para o mouse.
Hoje,
uma pessoa com deficiência visual não só pode navegar pelas
páginas da Internet como também produzi-las, participar em chats,
ler jornais e revistas, fazer compras, fazer cursos on-line, ter
acesso a manuais, informação em geral, a prestadoras de serviços,
enfim, quase tudo que a WEB pode oferecer aos seus utilizadores.
O Deficiente
Visual e o acesso à Escola
Todo aluno,
independente das diferenças na aprendizagem, tem direito à
educação, garantido pela Constituição Federal Brasileira no
Art.208, inciso III. Na lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, se
define a educação como dever da família e do Estado, inspirada nos
princípios de verdade e nos ideais de solidariedade humana, visando
o desenvolvimento do aluno, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho. Nesta mesma lei está
incluído o direito dos portadores de necessidades educativas
especiais a uma educação gratuita e de boa qualidade.
Os portadores de
deficiência, durante a história, sempre foram julgados como
incapazes à sociedade; isso só foi se modificando a medida que
filósofos, antropólogos e educadores foram fomentando os direitos
humanos à igualdade. É um engano acreditar que tudo o que foi
citado acima ocorre para todo o deficiente visual, mas sabemos que já
é um grande caminho percorrido.
Há um número
considerável de deficientes visuais considerável. É dever do
Estado, preparar a escola para receber e incluir este aluno, o que na
realidade ocorre muito esporadicamente devido à falta ou dificuldade
da instituição em se adaptar à realidade do deficiente visual.
Quanto maior o nível
de escolaridade, maiores serão as barreiras encontradas pelos
deficientes visuais, indo desde a impossibilidade de acesso à
leitura, até a falta de capacitação de professores e o apoio de
voluntariado disposto a trabalhar com este público.
Acredita-se na
educação como promoção para o desenvolvimento intelectual e
social do aluno tornando-se indispensável à vida de qualquer
cidadão, seja ele deficiente ou não.
3.1 Softwares de
acessibilidade aos Deficientes Visuais
O respeito à
diferença de cada sujeito constitui-se em um ponto chave para o que
chamamos de inclusão. A informática tem sido grande aliada dessas
diferenças, atravessando barreiras e quebrando obstáculos.
A informática abre
novos horizontes, amenizando a discriminação social, provando a
capacidade destas pessoas que apesar de apresentarem necessidade
especial, possuem um grande potencial.
As oportunidades
oferecidas começam a romper com a lógica racionalista excludente
por ser uma valiosa ferramenta no processo de aprendizagem, busca e
processamento de informações -“proporciona ao sujeito a
oportunidade de desenvolverem atividades interessantes, desafiantes e
que tenham propósitos educacionais e de diagnósticos. Estas
atividades podem oferecer a eles a chance de adquirir conhecimento e
sobrepujar suas deficiências intelectuais”.
A importância dos
ambientes digitais no que tange a deficiência visual é
inquestionável. Uma pessoa cega tem limitações que podem ser
eliminadas através de educação adaptada à realidade e ao uso da
tecnologia para diminuir barreiras.
Acessibilidade
através da interação com o computador, conhecida também como
tecnologia assistidas, possibilitando maior acesso à informação,
independência e a possibilidade de realizar tarefas de modo
autônomo. A acessibilidade ocorre através de algumas variáveis:
Usuário (indivíduo
que utiliza o computador conforme a capacidade sensorial e
funcional);
Situação
(independente do software, o sistema deve ser acessível);
Ambiente digital
(deve garantir acessibilidade ao deficiente visual).
O software de
acessibilidades aos ambientes digitais para deficientes visuais
utiliza basicamente ampliadores de telas para aqueles que possuem
perda parcial da visão, e recursos de áudio, teclado e impressora
em Braille para os sujeitos não videntes.
O uso do computador
beneficia o desenvolvimento como um todo dos portadores de
necessidades especiais, facilitando a aquisição de conhecimentos
com recursos de leitura, escrita, entre outros e a independência com
o acesso integral a conteúdos em formato digital, que somente era
possível com a transcrição para o sistema Braille ou o auxilio de
indivíduos com visão normal que se dispõe a ler para os indivíduos
com deficiência visual – “ledor”.
Dentre os sistemas
operacionais proprietários - funcionais e eficientes mais utilizados
como leitores de tela em nosso país temos: DOSVOX, VIRTUAL VISION E
JAWS. Proprietário, pois há a necessidade de licença para seu uso,
são softwares que visam a comercialização.
Com estes softwares,
além do deficiente visual poder editar textos - ler e escrever no
computador poderá navegar na internet para se comunicar com um mundo
novo de informações, gerenciar cartas eletrônicas (e-mails),
gerenciar arquivos, executar músicas, exibir vídeos, instalar novos
aplicativos.
3.2 DOSVOX
Sistema para
computadores da linha PC, que se comunica através da síntese de voz
em múltiplas línguas. A comunicação homem-máquina é feita de
maneira be simples, levando em consideração as especificidades e
limitações desse usuário.
O sistema
originalmente foi desenvolvido em 1993 e distribuído livremente pelo
Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de
Janeiro e é o primeiro sistema a sintetizar vocalmente textos na
língua portuguesa, software de baixa complexidade, adequado à nossa
realidade. Compatível com a maioria dos sintetizadores de voz, pelo
uso da interface padronizada SAPI do Windows, sendo assim o usuário
poderá optar pela compra de um sintetizador mais moderno e mais
próximo a voz humana e integrar ao DOSVOX.
3.3 VIRTUAL
VISION
Desenvolvido e
comercializado pela empresa Micro Power em 1998, como uma solução
definitiva e autônoma aos deficientes visuais, é exigido como
requisito mínimo para o funcionamento o sistema operacional Windows,
processador de velocidade igual ou superior a 300MHz, 30MB de espaço
livre em disco rígido e 64MB de memória RAM.
Utiliza
sintetizador de alta qualidade da língua portuguesa, chamado
DeltaTalk, e que também foi desenvolvido pela Micro Power.
Totalmente adaptado para o uso do sistema operacional Windows e seus
aplicativos, não requer sintetizador de voz externo, é uma solução,
portanto, para o uso com autonomia do sistema operativo Windows, o
Office, o Internet Explorer entre outros aplicativos, através da
leitura dos menus e telas com o auxilio do sintetizador de voz.
3.3 JAWS
Desenvolvido e
comercializado pela empresa “Freedom Scientific, o Jaws (Job Access
With Speech) para Windows exige como requisito mínimo para seu
funcionamento o sistema operacional Windows, um processador com
velocidade igual ou superior a 300MHz, disco rígido com espaço de
200MB e 128MB de memória RAM.
Funciona como um
leitor de telas, identifica e interpreta informações, que estão
sendo exibidas no monitor e repassa seu contexto ao deficiente visual
por meio de síntese de voz.
Considerado mais
popular do mundo, que permite facilmente o acesso ao computador de
pessoas deficientes visuais. Qualquer usuário cego ou de baixa visão
pode trabalhar normalmente no computador utilizando teclas de atalho.
Pode ser executado
em diversos idiomas, inclusive em português. O programa tem a
capacidade de ler certos recursos de páginas de internet que outros
programas do gênero não têm.
Objetivo:
A
informática educativa para a vida da pessoa com deficiência visual
tem como objetivo proporciona um desenvolvimento educativo para o dia
a dia, á realização de tarefas que tenham o envolvimento da
educação com as tecnologias e as redes de comunicações.
Tornando-se assim uma um ser humano com maior autonomia capaz de
enfrentar desafios e superar seus limites perante a sociedade.
Objetivos
Específicos:
Desenvolver
a percepção visual e auditiva, a coordenação motora, a
memorização, a convivência em grupo, a inter-relação de
pensamentos, idéias e conceitos, a utilização das linguagens como
meio de expressão e comunicação.
Desenvolver
habilidades para organizar informações, levantar hipóteses e
pensar estratégicas.
O
aperfeiçoamento da digitação e da conexão de redes de
comunicações.
Estimular
e promover o interesse pelo uso das tecnologias.
Estabelecer
uma relação entre escrita Braille e informática, oferecendo um
trabalho conjunto entre duas formas de escrita e de acesso a
informação.
Realizar
tarefas de lazer e integração.
Compreender
o funcionamento dos Hardwares e Softwares de um computador.
Conteúdos:
Conhecer
e distinguir as partes físicas que compõe um computador como o
mouse, teclado, caixas de som, CPU, monitor, fones de ouvido,
impressora etc.
Os
cuidados que devemos ter com um computador.
Acesso
as redes de comunicações.
Atalhos
específicos dos sofwares.
Digitações,
posição correta dos dedos e reconhecimento do teclado.
Pesquisas
na internet, acesso a e-mail, envios, recebimentos e anexos.
Gravações
de dados em CDs e Pen Drives.
Digitação
e formatação no Microsoft Word.
Estudo
dos leitores de telas e do programa Dosvox.
Avaliação:
O processo de
avaliação esta categorizadas
em
quatro etapas sobre informática (Sistema Computacional, Hardware,
Software, Periféricos e rede de comunicações), os alunos
realizaram atividades práticas pertinentes aos conteúdos
trabalhados, serão avaliados de forma continua ao seu
desenvolvimento, desempenho, evolução e avanços conforme a sua
necessidade de modo individual no decorre das aulas.
Todas as avaliações
serão realizadas semestralmente e registradas e anexada nas pastas
dos alunos.
Recursos
Utilizados:
Computadores
conectados a Internet.
Mouse, teclado,
caixas de som, fones de ouvido, CDs, DVDs, Pen Drives.
Programas de
tecnologias acessivas como DOSVOX e Via Voice.
Leitores de Telas:
Virtual Vision, NVDA e JAWS.
Ampliadores de
telas.
Editores de texto.
Textos adaptados em
Braille.
Microsoft Office
PowerPoint.
Conclusão
Este trabalho teve
como objetivo divulgar e caracterizar a realidade encontramos no
âmbito educacional, trabalhar de forma conjunta com os recursos
tecnológicos o que permite que a aprendizagem seja mais prazerosa e
eficiente.
O professor faz o
papel de mediador e é fundamental para este processo, pois é ele
que gerencia a melhor estratégia de aprendizagem de acordo com as
peculiaridades dos seus alunos, sendo estes portadores de alguma
deficiência ou não.
As deficiências
encontradas em indivíduos distintos não privilegiam classe social,
etnia ou grupo cultural, no entanto precisa ser diagnostica e tratada
de forma correta, por multiprofissionais, além disso, a escola, a
família, a sociedade deve fazer seu papel, adequando e preparando
estes indivíduos para conviverem com as diferenças, valorizando
suas potencialidades e possibilidades.
Desta forma,
trabalhar com as possibilidades de um sujeito é dar a oportunidade
de perceber o mundo através de seus canais receptivos e expressivos;
é favorecer o desenvolvimento das suas aptidões e do conhecimento
de si mesmo e dos outros, ampliando sua capacidade.
A tecnologia
computacional tornou possível o rompimento de várias barreiras,
pois o aluno aprende a lidar melhor e mais rápido com o computador,
e se tiver propostas interessantes e um orientador eficiente a
aprendizagem acontece, além disso, os softwares especializados têm
demonstrado a preocupação de proporcionar não só informações,
mas também o interesse de incluir os indivíduos digitalmente na
sociedade, dando igualdades de condições.
Ao inserir a
informática na educação, há o estimulo ao desenvolvimento das
habilidades cognitivas e emocionais, além da valorização de um
novo canal de informação e comunicação, deve ser um ato
consciente, não movido por modismo ou pelo fascínio que exerce
sobre o sujeito, e sim como um instrumento facilitador da
aprendizagem e construção do conhecimento e do desenvolvimento como
pessoa.
Referencias:
Sistema avançado
de pesquisa: Ensino Fundamental: história, informática, Ed. Física
– São Paulo: DCL, 2003.
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SONZA, Andréa
Poletto; SANTAROSA, Lucila Maria Costi. Ambientes virtuais digitais:
acessibilidade aos deficientes visuais. Revista Novas Tecnologias na
Educação. CINTED – UFRGS: Porto Alegre, v.1, n.1, fev. 2003.