Cursistas: Elisandra Beatris Kempf e Sandra Mara Moraes
Os currículos atuais de
nossas escolas têm sido propostas para atender a massificação do ensino. Não se
planeja para cada aluno, mas sim para muitas turmas de alunos numa hierarquia
de series, do ensino por idades, e essa organização e feita para os 30 ou 40
alunos de uma classe.
Nas
expectativas-piloto no Projeto EducaDi/CNPq, os alunos não precisavam estudar
os mesmos conteúdos ao mesmo tempo. Os projetos eram diferenciados, mas
interdisciplinares. Onde cada aluno explorava melhor os conteúdos no seu tempo,
segundo seu ritmo, e podia ser atendido em suas necessidades, onde ao mesmo
tempo se conectavam com os outros alunos e professores, em outros
espaços/tempos diferentes.
Essa
experiência mostra o quanto os professores tem se surpreendido com as
informações que os alunos trazem pra sala de aula, mesmo esses não sendo
tratados no currículo da escola, onde se observou como as crianças optam por
questões diferentes, originais e relevantes, onde podem gerar projetos com
diversas oportunidades de muitas buscas e experiências.
Algumas
novas funções para o professor exercer no seu novo contexto:
Função
de ativação da aprendizagem;
O
professor e tão aprendiz quanto o aluno, pois ambos não funcionam apenas
cognitivamente, onde a abordagem construtivista propõe tanto o universo físico,
quanto o universo social.
Trabalhar
promovendo a percepção do seu próprio valor, promovendo a autoestima, a alegria
de conviver e cooperar.
Promover
e estimular a livre expressão de cada um, sobre sua forma de aprender o mundo,
convivendo com as diferenças, e avaliando de forma individual e em grupos.
Função
de articular;
Cabe
ao professor articular as formas de trabalho eleitos pelos alunos, com seus
objetivos, interesses e estilos de apreender, gerenciando a organização do ambiente
de aprendizagem, programando o uso dos recursos tecnológicos.
Função do orientar de projetos;
Orientar
e acompanhar projetos de investigação estimulando e auxiliando na viabilização
da busca e organização das informações do grupo.
Acompanhar
as atividades dos alunos, orientando na busca por perguntas que estimulem seu
pensamento e reflexão, com a necessidade de descrever o que estão fazendo,
documentando com registros qualitativos e quantitativos as constatações dos
alunos sobre seu próprio aprendizado, promovendo feedback individual e
coletivo.
Função
do especialista (professor de área);
Exerça ou não a função de ativar, articular ou orientar, o professor sempre terá
de exercer sua função de especialista. Por especialista, num currículo por
projetos de aprendizagem, entende-se a função de coordenar os conhecimentos
específicos de sua área de formação, com as necessidades dos alunos de
construir conhecimentos específicos.
Nas
series iniciais, o professor pode ser um especialista pedagogo, mas o
articulador poderá solicitar a colaboração de especialistas de outras áreas
como ciências, matemática, informática, robótica, teatro, jornalismo etc, que
estejam assessorando um grupo de estudantes mais avançados.
Onde
a visão de cada especialista num grupo de professores poderá enriquecer o
ambiente de aprendizagem onde se desenvolvem os diferentes grupos.
Como o aluno aprende:
O
aluno aprende num processo de construção e esse processo é continuado. Sendo
que, para que um conhecimento novo possa ser construído, ou para que esse
conhecimento anterior seja melhorado, expandido, aprofundado, é preciso que um
processo de regulação comece a compensar as diferenças, ou as insuficiências do
sistema assimilador. É preciso equilibrar esse conhecimento para que ele
melhore e aumente.
Nas escolas do futuro o professor deixará de ser um mentor e passará a ser um mediador dos conteúdos. Na escola do futuro os conteúdos devem ser ensinados em aulas que trazem a teoria para a pratica, já que ao meu entendimento os alunos do futuro já viram para a escola com uma vasta bagagem teórica, e a nos professores caberá estabelecer o aporte pratico para essa teoria. Usando os recursos tecnológicos a nosso favor e instigando os nossos alunos a usá-las de forma mais criteriosa.
O que obrigara aos educadores teóricos a repensarem sua forma de ensino para não se tornarem “obsoletos” e sem oportunidades no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo que obrigará e já vem obrigando a nós professores, o aperfeiçoamento de seu conhecimento das novas tecnologias para saber como utilizá-las adequadamente em nossas aulas.
Augusto Brambilla Oltramari
Professor de Educação Física