terça-feira, junho 03, 2014

Informática educativa para vida do deficiente visual


                   CURSO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL – CHAPECÓ -SC



              Michel Pivatto, Luiza Talgatti





       Informática educativa para vida do deficiente visual




Sumário


1- Introdução
2- Justificativa
3- Deficiência Visual e o Acesso a Escola
3.1- Softwares de acessibilidade as deficientes visuais
3.2- DOSVOX
3.3- VIRTON VISION
3.4- JAWS
4- Objetivo
5- Objetivo Especifico
6- Conteúdo
7- Avaliação
8- Recursos Utilizados
9- Conclusão
Referencias



  1. Introdução:

Nas últimas três décadas, a Informática foi uma das áreas que mais sofreu avanços e desenvolvimento, devido a sua própria característica natural de inovação, permitindo uma mudança significativa nos hábitos e costumes da humanidade.
A maioria das tarefas executadas pelo homem moderno está relacionada, de forma direta ou indireta, com o uso do computador. A informação tornou-se um elemento essencial na vida das pessoas e o computador é um importante instrumento de processamento das informações, automatizando rotinas que levariam um tempo maior para serem realizadas. Hoje, tudo fica mais fácil, rápido e com mais precisão, sem esquecer a contribuição significativa que essa ferramenta propiciou em outras áreas afins, como o avanço considerável da telecomunicação.
Nesse cenário de grandes mudanças e inovações, surgem recursos tecnológicos de fundamental importância ao acesso do computador para pessoas com deficiência visual, através dos softwares de voz e ampliadores de telas.
Houve uma significativa expansão nas oportunidades de trabalho para as pessoas com deficiência visual. A informática, como o Braille, entrou na vida das pessoas com deficiências visuais como um vertiginoso meio de integração social, abrindo um horizonte infinito de informação, educação, cultura, mercado de trabalho e comunicação. Com os editores de texto, leitores de ecrã e sintetizadores de voz conjugados, a pessoa com deficiência visual pode trocar e-mails com pessoas de qualquer parte do mundo, ler com total independência qualquer jornal internacional ou nacional, livros passados em scanner, listas de discussão, jogos de entretenimento etc. Desta forma tornando-se um ser humano com maior autonomia.

  1. Justificativa

A Educação Inclusiva constitui um novo modelo de educação em que é possível o acesso e a permanência de todos, onde são utilizados procedimentos de identificação e remoção de barreiras para a aprendizagem passando barreiras e vencendo obstáculos.
O objetivo deste projeto é conduzir os aluno com deficiência visual á uma vida mais acessível e pratica a todos os recursos tecnológicos do nosso cotidiano.
A Pessoa com deficiência visual utiliza muito pouco o mouse para trabalhar com o computador, já que ele exige coordenação visual, mas também não usa um teclado Braille. O teclado comum é a ferramenta de que o deficiente visual dispõe para fazer operações no computador. Devido a uma norma internacional de datilografia, a maioria dos teclados possui na parte inferior, nas letras J e F, um alto-relevo com a forma de um ponto. Assim, com os indicadores nessas letras eles conseguem ter o domínio do teclado. As teclas de atalho, comuns na maioria dos aplicativos, são também muito úteis e é um ótimo substituto para o mouse.
Hoje, uma pessoa com deficiência visual não só pode navegar pelas páginas da Internet como também produzi-las, participar em chats, ler jornais e revistas, fazer compras, fazer cursos on-line, ter acesso a manuais, informação em geral, a prestadoras de serviços, enfim, quase tudo que a WEB pode oferecer aos seus utilizadores.

  1. O Deficiente Visual e o acesso à Escola



Todo aluno, independente das diferenças na aprendizagem, tem direito à educação, garantido pela Constituição Federal Brasileira no Art.208, inciso III. Na lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, se define a educação como dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de verdade e nos ideais de solidariedade humana, visando o desenvolvimento do aluno, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Nesta mesma lei está incluído o direito dos portadores de necessidades educativas especiais a uma educação gratuita e de boa qualidade.
Os portadores de deficiência, durante a história, sempre foram julgados como incapazes à sociedade; isso só foi se modificando a medida que filósofos, antropólogos e educadores foram fomentando os direitos humanos à igualdade. É um engano acreditar que tudo o que foi citado acima ocorre para todo o deficiente visual, mas sabemos que já é um grande caminho percorrido.  
Há um número considerável de deficientes visuais considerável. É dever do Estado, preparar a escola para receber e incluir este aluno, o que na realidade ocorre muito esporadicamente devido à falta ou dificuldade da instituição em se adaptar à realidade do deficiente visual.
Quanto maior o nível de escolaridade, maiores serão as barreiras encontradas pelos deficientes visuais, indo desde a impossibilidade de acesso à leitura, até a falta de capacitação de professores e o apoio de voluntariado disposto a trabalhar com este público.
Acredita-se na educação como promoção para o desenvolvimento intelectual e social do aluno tornando-se indispensável à vida de qualquer cidadão, seja ele deficiente ou não.


3.1 Softwares de acessibilidade aos Deficientes Visuais


O respeito à diferença de cada sujeito constitui-se em um ponto chave para o que chamamos de inclusão. A informática tem sido grande aliada dessas diferenças, atravessando barreiras e quebrando obstáculos.
A informática abre novos horizontes, amenizando a discriminação social, provando a capacidade destas pessoas que apesar de apresentarem necessidade especial, possuem um grande potencial.
As oportunidades oferecidas começam a romper com a lógica racionalista excludente por ser uma valiosa ferramenta no processo de aprendizagem, busca e processamento de informações -“proporciona ao sujeito a oportunidade de desenvolverem atividades interessantes, desafiantes e que tenham propósitos educacionais e de diagnósticos. Estas atividades podem oferecer a eles a chance de adquirir conhecimento e sobrepujar suas deficiências intelectuais”.
A importância dos ambientes digitais no que tange a deficiência visual é inquestionável. Uma pessoa cega tem limitações que podem ser eliminadas através de educação adaptada à realidade e ao uso da tecnologia para diminuir barreiras.
Acessibilidade através da interação com o computador, conhecida também como tecnologia assistidas, possibilitando maior acesso à informação, independência e a possibilidade de realizar tarefas de modo autônomo. A acessibilidade ocorre através de algumas variáveis:

  • Usuário (indivíduo que utiliza o computador conforme a capacidade sensorial e funcional);
  • Situação (independente do software, o sistema deve ser acessível);
  • Ambiente digital (deve garantir acessibilidade ao deficiente visual).

O software de acessibilidades aos ambientes digitais para deficientes visuais utiliza basicamente ampliadores de telas para aqueles que possuem perda parcial da visão, e recursos de áudio, teclado e impressora em Braille para os sujeitos não videntes.
O uso do computador beneficia o desenvolvimento como um todo dos portadores de necessidades especiais, facilitando a aquisição de conhecimentos com recursos de leitura, escrita, entre outros e a independência com o acesso integral a conteúdos em formato digital, que somente era possível com a transcrição para o sistema Braille ou o auxilio de indivíduos com visão normal que se dispõe a ler para os indivíduos com deficiência visual – “ledor”.
Dentre os sistemas operacionais proprietários - funcionais e eficientes mais utilizados como leitores de tela em nosso país temos: DOSVOX, VIRTUAL VISION E JAWS. Proprietário, pois há a necessidade de licença para seu uso, são softwares que visam a comercialização.
Com estes softwares, além do deficiente visual poder editar textos - ler e escrever no computador poderá navegar na internet para se comunicar com um mundo novo de informações, gerenciar cartas eletrônicas (e-mails), gerenciar arquivos, executar músicas, exibir vídeos, instalar novos aplicativos.

3.2 DOSVOX

Sistema para computadores da linha PC, que se comunica através da síntese de voz em múltiplas línguas. A comunicação homem-máquina é feita de maneira be simples, levando em consideração as especificidades e limitações desse usuário.
O sistema originalmente foi desenvolvido em 1993 e distribuído livremente pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro e é o primeiro sistema a sintetizar vocalmente textos na língua portuguesa, software de baixa complexidade, adequado à nossa realidade. Compatível com a maioria dos sintetizadores de voz, pelo uso da interface padronizada SAPI do Windows, sendo assim o usuário poderá optar pela compra de um sintetizador mais moderno e mais próximo a voz humana e integrar ao DOSVOX.

3.3 VIRTUAL VISION

Desenvolvido e comercializado pela empresa Micro Power em 1998, como uma solução definitiva e autônoma aos deficientes visuais, é exigido como requisito mínimo para o funcionamento o sistema operacional Windows, processador de velocidade igual ou superior a 300MHz, 30MB de espaço livre em disco rígido e 64MB de memória RAM.
Utiliza sintetizador de alta qualidade da língua portuguesa, chamado DeltaTalk, e que também foi desenvolvido pela Micro Power. Totalmente adaptado para o uso do sistema operacional Windows e seus aplicativos, não requer sintetizador de voz externo, é uma solução, portanto, para o uso com autonomia do sistema operativo Windows, o Office, o Internet Explorer entre outros aplicativos, através da leitura dos menus e telas com o auxilio do sintetizador de voz.

3.3 JAWS

Desenvolvido e comercializado pela empresa “Freedom Scientific, o Jaws (Job Access With Speech) para Windows exige como requisito mínimo para seu funcionamento o sistema operacional Windows, um processador com velocidade igual ou superior a 300MHz, disco rígido com espaço de 200MB e 128MB de memória RAM.
Funciona como um leitor de telas, identifica e interpreta informações, que estão sendo exibidas no monitor e repassa seu contexto ao deficiente visual por meio de síntese de voz.
Considerado mais popular do mundo, que permite facilmente o acesso ao computador de pessoas deficientes visuais. Qualquer usuário cego ou de baixa visão pode trabalhar normalmente no computador utilizando teclas de atalho.
Pode ser executado em diversos idiomas, inclusive em português. O programa tem a capacidade de ler certos recursos de páginas de internet que outros programas do gênero não têm.



  1. Objetivo:

A informática educativa para a vida da pessoa com deficiência visual tem como objetivo proporciona um desenvolvimento educativo para o dia a dia, á realização de tarefas que tenham o envolvimento da educação com as tecnologias e as redes de comunicações. Tornando-se assim uma um ser humano com maior autonomia capaz de enfrentar desafios e superar seus limites perante a sociedade.

  1. Objetivos Específicos:

  • Desenvolver a percepção visual e auditiva, a coordenação motora, a memorização, a convivência em grupo, a inter-relação de pensamentos, idéias e conceitos, a utilização das linguagens como meio de expressão e comunicação.
  • Desenvolver habilidades para organizar informações, levantar hipóteses e pensar estratégicas.
  • O aperfeiçoamento da digitação e da conexão de redes de comunicações.
  • Estimular e promover o interesse pelo uso das tecnologias.
  • Estabelecer uma relação entre escrita Braille e informática, oferecendo um trabalho conjunto entre duas formas de escrita e de acesso a informação.
  • Realizar tarefas de lazer e integração.
  • Compreender o funcionamento dos Hardwares e Softwares de um computador.

  1. Conteúdos:

  • Conhecer e distinguir as partes físicas que compõe um computador como o mouse, teclado, caixas de som, CPU, monitor, fones de ouvido, impressora etc.
  • Os cuidados que devemos ter com um computador.
  • Acesso as redes de comunicações.
  • Atalhos específicos dos sofwares.
  • Digitações, posição correta dos dedos e reconhecimento do teclado.
  • Pesquisas na internet, acesso a e-mail, envios, recebimentos e anexos.
  • Gravações de dados em CDs e Pen Drives.
  • Digitação e formatação no Microsoft Word.
  • Estudo dos leitores de telas e do programa Dosvox.

  1. Avaliação:

O processo de avaliação esta categorizadas em quatro etapas sobre informática (Sistema Computacional, Hardware, Software, Periféricos e rede de comunicações), os alunos realizaram atividades práticas pertinentes aos conteúdos trabalhados, serão avaliados de forma continua ao seu desenvolvimento, desempenho, evolução e avanços conforme a sua necessidade de modo individual no decorre das aulas.
Todas as avaliações serão realizadas semestralmente e registradas e anexada nas pastas dos alunos.

  1. Recursos Utilizados:

  • Computadores conectados a Internet.
  • Mouse, teclado, caixas de som, fones de ouvido, CDs, DVDs, Pen Drives.
  • Programas de tecnologias acessivas como DOSVOX e Via Voice.
  • Leitores de Telas: Virtual Vision, NVDA e JAWS.
  • Ampliadores de telas.
  • Editores de texto.
  • Textos adaptados em Braille.
  • Microsoft Office PowerPoint.

  1. Conclusão

Este trabalho teve como objetivo divulgar e caracterizar a realidade encontramos no âmbito educacional, trabalhar de forma conjunta com os recursos tecnológicos o que permite que a aprendizagem seja mais prazerosa e eficiente.
O professor faz o papel de mediador e é fundamental para este processo, pois é ele que gerencia a melhor estratégia de aprendizagem de acordo com as peculiaridades dos seus alunos, sendo estes portadores de alguma deficiência ou não.
As deficiências encontradas em indivíduos distintos não privilegiam classe social, etnia ou grupo cultural, no entanto precisa ser diagnostica e tratada de forma correta, por multiprofissionais, além disso, a escola, a família, a sociedade deve fazer seu papel, adequando e preparando estes indivíduos para conviverem com as diferenças, valorizando suas potencialidades e possibilidades.
Desta forma, trabalhar com as possibilidades de um sujeito é dar a oportunidade de perceber o mundo através de seus canais receptivos e expressivos; é favorecer o desenvolvimento das suas aptidões e do conhecimento de si mesmo e dos outros, ampliando sua capacidade.
A tecnologia computacional tornou possível o rompimento de várias barreiras, pois o aluno aprende a lidar melhor e mais rápido com o computador, e se tiver propostas interessantes e um orientador eficiente a aprendizagem acontece, além disso, os softwares especializados têm demonstrado a preocupação de proporcionar não só informações, mas também o interesse de incluir os indivíduos digitalmente na sociedade, dando igualdades de condições.
Ao inserir a informática na educação, há o estimulo ao desenvolvimento das habilidades cognitivas e emocionais, além da valorização de um novo canal de informação e comunicação, deve ser um ato consciente, não movido por modismo ou pelo fascínio que exerce sobre o sujeito, e sim como um instrumento facilitador da aprendizagem e construção do conhecimento e do desenvolvimento como pessoa.


Referencias:

  • Sistema avançado de pesquisa: Ensino Fundamental: história, informática, Ed. Física – São Paulo: DCL, 2003.
  • USP Legal. O deficiente visual tem várias ferramentas que podem auxiliar no seu dia a dia, nos estudos e no lazer. Disponível em: http://saci.org.br/?modulo=akemi&parametro=6576.
  • SONZA, Andréa Poletto; SANTAROSA, Lucila Maria Costi. Ambientes virtuais digitais: acessibilidade aos deficientes visuais. Revista Novas Tecnologias na Educação. CINTED – UFRGS: Porto Alegre, v.1, n.1, fev. 2003.




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