terça-feira, outubro 21, 2014

Inclusão escolar: promovendo a cidadania na escola



Inclusão escolar: promovendo a cidadania na escola

 Ilda Maurilia Cavalheiro Siqueira

Promover o desenvolvimento individual e coletivo do educando como sujeito ativo e construtor de sua própria aprendizagem, bem como prepara-lo para a vida é a principal meta da educação, que assume nos períodos atuais um paradigma onde o professor se torna mediador no processo de aprendizagem, focando o aluno como o construtor de sua realidade e membro ativo sociocultural nesse processo, que é enriquecido pela interação constante entre os sujeitos, fazendo da diversidade coexistente nos espaços escolares, uma aliada nesse processo, onde todos possam ter possibilidades igualitárias de desenvolvimento e convivência. Desta forma o trabalho desenvolvido na área de educação especial deve vir de encontro a essa ideia.
Atuo na área de Educação especial inclusiva, uma área que a cada dia me atrai e fascina pela valorização de cada indivíduo enquanto sujeito ativo no processo de construção de seu próprio conhecimento, autonomia, e superação diária de suas limitações.
O trabalho na educação especial compreende além do conhecimento metodológico, também um envolvimento com todo o processo de inclusão de pessoas com deficiência no âmbito da educação no ensino regular, bem como nas demais modalidades de ensino formal e informal. O direito ao acesso e a permanência ao sistema educacional é algo garantido pela Declaração dos Direitos Humanos, pela Constituição Federal de 1988 bem como pela Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 que enfatizam a importância da interação dos sujeitos na sua formação social, histórica e cultural, que faz do espaço escolar um recinto de trocas mútuas de aprendizagens, onde são construídos valores e efetivados conceitos a cerca do conhecimento científico, histórico e cultural.
A LDB 9394/96 norteia os direcionamentos do sistema educacional brasileiro e vem a reforçar que uma educação de qualidade com acesso garantido seja realmente um direito de todos os cidadãos. Considerando que a educação deva estar ao alcance de todos, é necessário considerar a diferenças como algo natural e inerente aos diversos grupos sociais. É preciso desconstruir a ideia que se apresentava anteriormente referente à pessoa com deficiência que os considerava como sujeitos rotulados por suas características, deixando de potencializa-los nas suas diferenças segregando-as na sociedade. Tendo em vista essa reflexão, subentende-se que o processo de inclusão escolar, venha a contribuir de forma positiva, potencializando as relações sociais não só no ambiente escolar, mas também no seu meio social.
A partir da construção de um novo paradigma, subentende-se que a educação implica numa ideia de democratização nas escolas onde,
(...) evidencia-se o paradoxo inclusão/exclusão quando os sistemas de ensino universalizam o acesso, mas continuam excluindo indivíduos e grupos considerados fora dos padrões homogeneizadores da escola. Assim, sob formas distintas, a exclusão tem apresentado características comuns nos processos de segregação e integração, que pressupõem a seleção, naturalizando o fracasso escolar. (Politica de educação Especial na Perspectiva de Educação Inclusiva, 2008, pg. 01).
Percebe-se assim que a busca por um ensino que inclua a todos os sujeitos é uma preocupação não muito recente. A educação inclusiva propõe uma serie de mudanças e adequações ao sistema educacional que vão desde o enfoque político e estende-se a uma adequação sistematizada das práticas pedagógicas direcionadas nas instituições de ensino a fim de que essas mudanças realmente proporcionem que cada criança seja considerada em suas especificidades.
A prática docente passa a representar importante papel na formação e na reformulação de saberes pedagógicos, daí a necessidade de profissionais bem preparados capazes de ir além da teoria utilizando-se da prática diária como fonte de aprendizado. É necessário que o professor apresente uma formação continuada de modo que ele integre a ação à reflexão gerando desta forma a construção de seu saber e fazer pedagógico num contexto que possibilite a interação e construção não só de seus saber, mas também de seus alunos de forma que possa neles desenvolver a autonomia dos mesmos.
É neste sentido que a Educação inclusiva vem a contribuir no desenvolvimento individual e coletivo dos sujeitos, pois, se faz necessário que a sociedade passe a enxergar as pessoas com deficiência como seres humanos, dotados de sentimentos, desejos e que tem o direito a ter uma vida social como qualquer outra pessoa independentemente se suas características físicas, sensoriais ou cognitivas, que acabam rotulando os sujeitos, mascarando assim suas reais potencialidades.

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